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Nos dias 14 e 15 de novembro será realizada a 43ª Interregional da Infância e Adolescência d

A FEPAL convida você para o 43º Encontro Interregional de Infância e Adolescência “Bebês, Crianças e Adolescentes em Tempos Híbridos” que será realizado nos dias 14 e 15 de novembro de 2025 em Lima (Peru).

Nós, adultos, nos sentimos e nos encontramos deslocados diante da criação de bebês e do desenvolvimento de crianças e adolescentes que demonstram outras formas de constituir suas subjetividades na atualidade. Nosso contexto presente é caracterizado por uma imediatidade na qual os fatos, as informações e as imagens se sucedem. Sem tempo para processar psiquicamente tudo o que acontece e nos impacta como sujeitos, ou processando de formas diferentes daquelas que usualmente conhecíamos como psicanalistas e profissionais da saúde, educação e outros. Estivemos mais focados na elaboração psíquica e na importância de simbolizar e representar como formas de processar que também evidenciavam o desenvolvimento da mente. Hoje, nos encontramos diante da urgência de pensar outras formas de constituir subjetividades e desenvolvimentos psíquicos, assim como refletir sobre as abordagens que são requeridas de nós para acompanhar os sujeitos em desenvolvimento.

A virtualidade é uma realidade que coexiste com a presencialidade, transitamos de uma para a outra permanentemente, sem que haja necessariamente uma clara diferença entre ambas. Hoje em dia, as novas gerações são nativas digitais, nos encontramos diante de uma hiperconectividade que ao mesmo tempo implica uma forma distinta de relação onde o outro presente não é necessariamente alguém com quem se constitui um vínculo ou um encontro afetivo; nos deparamos, então, com o paradoxo da presença e da ausência que se combinam de maneiras muito inovadoras e desconcertantes. Muitas vezes, a hiperconectividade supõe ao mesmo tempo vazio, tédio, dificuldade para tolerar a frustração e a espera. O vazio pode ser um espaço que oferece abertura para que algo novo se produza ou pode significar também um buraco que intensifica angústias e ansiedades desorganizadoras. O ato pode ser uma ação que funda algo novo ou uma busca por desfazer-se daquilo que resulta intolerável para o psiquismo.

Queremos gerar um diálogo interdisciplinar que nos permita complexificar e ampliar nossa forma de compreender o desenvolvimento e pensar nossas formas de nos aproximarmos e nos vincularmos, assim como novas propostas para abordar estes desafios que se nos apresentam.

Convidamos você a apresentar suas propostas em forma de intenções de trabalho para este encontro. Os eixos temáticos serão:

Angústia, vazio e ato: um olhar a partir da educação

No âmbito educativo, nos confrontamos com desafios importantes. Os processos de ensino e aprendizagem são afetados e atravessados pela transformação dos processos atencionais dos infantes. A hiperconectividade e a virtualidade têm efeitos nos processos atencionais. O ensino pensado em um aluno que recebe informação em tempos onde a ação e a imediatidade se instalaram como maneiras de habitar o mundo já ficou completamente defasado. O trabalho de docentes e educadores, assim como de profissionais da saúde mental que nos vemos implicados no trabalho com a infância, requer outras formas de aproximação para convocar a atenção e apostar na construção de uma aprendizagem em relação, em processo e sempre em movimento. Perguntamo-nos sobre o papel do docente frente às subjetividades digitais e à hiperconectividade, assim como a dificuldade para tolerar espaços sem “nada” que podem ser vividos como vazios cheios de angústia e ansiedade.

Angústia, vazio e ato: um olhar a partir da saúde

A partir da saúde, nos interessa pensar nas abordagens interdisciplinares que são requeridas para atender temáticas como as distintas formas atencionais que os infantes demonstram hoje em dia, os desafios que supõem acompanhar os adolescentes no cuidado de sua saúde sexual e reprodutiva em contextos que se tornam conservadores, tudo o que os corpos de infantes e adolescentes podem mobilizar em si mesmos e naqueles que os acompanhamos.

Angústia, vazio e ato a partir das artes e da cultura (inclui filosofia, justiça, entre outros)

A arte é uma amostra da potência criadora do sujeito, onde muitas vezes as palavras não são suficientes para dar conta de algumas experiências ou onde se requerem outras produções para convocar, a arte cumpre um papel fundamental tanto para o sujeito criador quanto para a sociedade em seu conjunto. A cultura como aquilo que evidencia nossas tensões como sujeitos em relação e também nossas diferenças, podendo ser tramitadas de forma criativa. Nesse sentido, pensamos que a filosofia, a justiça e outros âmbitos da vida cultural têm muito a contribuir no que diz respeito ao desenvolvimento das infâncias e adolescências, em diálogo com a psicanálise. Vazio e angústia podem ser transformados em algo que mobilize a criatividade; assim como o trabalho em comunidade a partir do encontro entre diferentes. A criação artística é também um ato de resistência perante a incerteza e a dor que os tempos atuais produzem.

🗓️ Envio de Intenção de Trabalho: até 15 de outubro de 2025

🗓️ Entrega do Trabalho Completo: até 30 de outubro de 2025

📧 Inscrições via formulário aqui

Consultas: encuentrolima2025@gmail.com

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