Psicanálise na era da Pandemia

O grupo editorial do ejournal Psychoanalysis.Today decidiu publicar uma edição especial sobre a pandemia (clique aqui para acessá-lo). Esta edição apresenta uma alteração de formato com artigos curtos escritos por autores das diferentes regiões que compõem a comunidade de associações psicanalíticas. Essa decisão foi tomada levando em conta este momento em que a atenção da humanidade se concentra na descrição e no controle da COVID-19. Esta doença é uma ameaça cujas consequências atualmente são desconhecidas.

Haverá o anúncio de um novo normal? As mudanças produzidas pela pandemia serão irreversíveis? Quais serão as influências para a psicanálise? 

Temos mais perguntas do que respostas. A partir do advento da pandemia acentuou-se a modalidade virtual na prática da psicanálise. Algumas modificações de enquadre e de técnica poderão até retroceder, porém terão deixado sua marca.

Nesta introdução, a partir do nosso lugar de editores de diversas nacionalidades da Psychoanalysis.Today queremos deixar o testemunho de cada um de nós sobre a maneira que vivemos a experiência da pandemia.

Ursula Burkert EPF: Após décadas de vida na prosperidade e liberdade, a conscientização cada vez maior da mudança climática e a pandemia da COVID-19 evidenciou que tudo isso não é evidente em si e está limitado por uma realidade em mudança. Todos nós estamos lamentando perdas e sofrendo medos. Como resultado, parece desenvolver-se a consciência e também a gratidão por aspectos mais básicos da vida. 

Daniel Biebel – FEPAL: Precisamos, tal como fizemos nos tratamentos psicanalíticos pré-COVID, manter nossa mente e a do nosso paciente trabalhando em conjunto, antes, durante e após a tormenta. Esse é o nosso compromisso, essa é nossa competência. 

Marina Bilenky – FEPAL: A pandemia revelou, de forma muito pungente, a desigualdade já conhecida no Brasil e no mundo. Testemunhamos os esforços da população para cuidar de si e da comunidade como forma de enfrentar o desamparo e a desesperança que surgem devido à crise política e social que assola o país. 

Chantal Duchêne-González – EFP: O fim do confinamento trouxe muitas incertezas sociais e aumentou o nível de ansiedade dos pacientes.

Helen Fronshtein – NAPSAC: Dois analistas dos Estados Unidos discutem as diferenças das experiências da COVID-19 para cidadãos de cor e cidadãos brancos. Privilégio é um previsor que define a gravidade e o resultado desta pandemia. 

Adrienne Harris – APsaA: A pandemia é uma forma de après-coup, traumática em si, uma ameaça à vida. Mas também é momento presente que abre e ativa, para todos nós, memórias de nossos traumas iniciais, para cada pessoa da maneira específica em que a assombra. 

Gouri Salvi IPA: Dois psicanalistas – da Austrália e de Israel – refletem sobre a mudança para sessões online em tempos de COVID-19 mantendo a esperança de que haja compreensão multidimensional mesmo através de telas planas. 

A pluralidade de autores permitirá ao leitor entrar em contato com diferentes temas e realidades além de compartilhar o esforço de cultivar o conhecimento da psicanálise em tempos de pandemia. 

Convidamos o leitor a percorrer a publicação na esperança de que esta promova a possibilidade de uma abertura diante de tanto confinamento. 

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