A Comissão Diretiva Fepal expressa preocupação com os fatos de notoriedade pública que vêm ocorrendo em nossa América Latina nos últimos tempos e que afetam o estado da democracia que nos caracteriza e que aspiramos defender.
Nos define desde nossa história, a diversidade de costumes, crenças, cor da pele, que marcaram o nosso existir latino-americano ao longo dos séculos. O nosso pluralismo, mestiçagem de recursos, ideias, religiões e histórias, são uma riqueza para salvaguardar e não para ser excluída. Características de todos os nossos povos da América, que mediante a ameaça do autoritarismo, correm o risco de se perder.
A ética e prática da Psicanálise, elementos inseparáveis de nossa disciplina, são baseadas em valores fundamentais, como o respeito pela livre expressão de ideias e diversidade nos planos político, cultural, religioso, sexual e racial, bem como o acesso à educação, saúde e trabalho, entre outros. Nossa palavra somente poderá ser desdobrada, no campo da análise e da interpretação, quando a plena liberdade dos direitos humanos é garantida e vigente.
Não admitimos a violência em nenhuma de suas expressões em que o respeito pelas diferenças e pelas minorias seja posto em risco.
Trabalhamos com a singularidade e apostamos no diálogo como ferramenta essencial de convivência tanto nos sujeitos singulares quanto no coletivo.
Convocamos a todas as forças democráticas e sociedades psicanalíticas, em particular, para trabalhar em conjunto com as suas diferenças, a fim de assegurar condições de convivência respeitosa que removam os perigos de um retorno aos tempos sombrios que marcaram o nosso passado recente.
Cristina Fulco
Presidente
Abel Fernández
Secretário Geral