GRUPOS DE SUPERVISÃO aos Membros e Analistas em Formação
Queridos colegas:
Esperamos que você esteja bem nestes tempos sem precedentes que temos que viver de acordo com o Covid-19.
De acordo com esses momentos e circunstâncias, do COFAP – Comitê de Psicanálise com casais e famílias do IPA – estamos organizando grupos de supervisão clínica da psicanálise com famílias e casais. Pensamos que este também é um momento em que os laços institucionais entre colegas de diferentes países podem enriquecer nosso trabalho, fortalecendo-nos através de nossos pertences e compartilhando a clínica psicanalítica.
Esta comunicação tem o objetivo de solicitar a todos os analistas de Casal e Família que tenham interesse e disponibilidade em supervisionar esses grupos, por favor respondam a este e-mail ( ipacofap@gmail.com ) até o dia 20 de abril, segunda-feira, indicando:
• Nome e sobrenome:
• Sociedade ou Instituto ao qual pertence e seu pais de residência:
• Categoria: membro ou analista em formação
• Um breve Curriculum Vitae (um parágrafo)
• Horário de sua preferência: quartas feiras às 21:00h ou sábado às 12:00h (verifique o horário em seu país)
Os encontros se darão ao longo de 4 semanas, num total de 4 encontros online.
Os grupos são destinados a membros e analistas em formação e serão gratuitos.
Estamos todos em casa mas seguimos trabalhando e conectados.
Uma saudação afetuosa,
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Mónica Vorchheimer- Co-Chair COFAP
Susana Muszkat – Miembro COFAP
por COFAP Latinoamérica
SUGESTÕES PARA FAMÍLIAS – Psicanalistas na Comunidade
PARA PAIS E PROFESSORES
Em um momento como o atual, onde vivemos um isolamento social preventivo devido à pandemia do corona vírus, não existe um manual que nos diga como podemos fazer as coisas melhor desde casa ou representando o colégio. É no nosso lar que estamos o dia todo e é onde pensamos e repensamos em como estar com nossos filhos, crianças ou jovens, ou à distancia dos nossos país e avós, ou com nosso trabalho, cumprindo com a missão de cuidar e dar suporte aos outros e nós mesmo ao mesmo tempo.
E, como professores representando o colégio, preparamos trabalhos e mais trabalhos, mesmo conhecendo o mínimo sobre as TIC. Tendo que separar o peso emocional que estamos lidando para poder cumprir com as demandas de ser eficientes.
Felizmente, a internet nos permite comunicar por muitos meios e nos possibilita lidar com o importante: o cuidado à vida, que transporta subliminarmente emoções como o amor, o medo, o ódio, a vergonha, a aflição, a ansiedade e as oscilações entre estar bem e estar um pouco mal.
Os adultos cuidadores (principalmente os país e os professores) somos responsáveis, neste momento, de conseguir um certo equilíbrio entre os afetos, os desejos, as teorias implícitas dos atores sociais e o nosso trabalho. A nossa missão é de amortecer a crueldade que guardamos em algum lugar escondido em nossa alma. Assim como, a de alguns atores sociais que, desde seus pensamentos, feitos e ditos, pouco contribuem, mesmo que se trate de processos inconscientes ou involuntários.
O primeiro a ser feito, então, seria nos proteger do estresse que a sobre abundancia de informações e de recomendações podem gerar. Sugerimos seguir o que os órgãos governamentais autorizados transmitem e adaptar as informações à lógica das crianças e jovens.
Vamos lembrar que as crianças pequenas precisam de um pouco de magia para entender as saídas de uma situação e que, evolutivamente, temem a norte de seus seres queridos. A criança pré-adolescente precisa de uma lógica concreta que incluía a emocional idade em um amplo arco que vai desde o amor ao ódio, passando pelo medo, pela vergonha e pela fúria. Já, os adolescentes geralmente vivem em grupos e seus pensamentos omnipotentes como “Não vai acontecer nada comigo” os coloca em perigo.
Não podemos ir contra às características evolutivas, mas podemos usar as mesmas para trabalhar este momento com eles. Espadas e lugares encantados podem inspirar contos para que as crianças escutem, participem e inventem outros. Aos pré-adolescentes, podemos pedir para que usem vídeos, desenhos, historias ou outras formas artísticas para demostrar o que sentem e pensam nestes momentos e que o façam com aqueles amigos que estão à distancia, como os amigos de jogos de internet, principalmente.
Na atual circunstancia, todos nós, cuidadores adultos, estamos fragilizados, mas temos a possibilidade de revalorizar o espaço da família e reencontrar nossa força interior, intuição e criatividade para conter a nós mesmos e a nossos familiares.
Lembre-se de que “não estamos de férias”, não vamos à escola pessoalmente e a escola vem até nós através do material que os professores preparam.
Também, vamos nos proteger de nós mesmos em relação às exigências de construir lições exemplares para enviar por internet ou, como pais, de cumpri-las de maneira exaustiva.
Geralmente as tarefas escolares não levam em conta a sensibilidade emocional do momento. Por isso, lembremos que ela existe e está circulando em todos nós e na sociedade e que é preciso falar ao respeito disso nas tarefas escolares que são produzidas para os alunos como em casa. O que sentimos também é importante e também é um conteúdo curricular.
Não se esqueça de mostrar que existem maneiras de nos defender e de ter sucesso, porque sem essa comunicação esperançosa, nosso isolamento pode significar em uma angustia maior. Qualquer forma de representação, seja desenho, jogo, palavra, vídeo, imitação ou símbolo, sobre o que foi entendido a partir das informações recebidas e a contribuição de como a sociedade pode se defender, é o começo de um caminho onde o cuidado com a vida tem um sentido para o futuro.
Não estamos enfrente a uma oportunidade de melhorar os hábitos de estudo ou de leitura das crianças, é uma emergência global e não podemos esperar comportamentos de crianças e adultos, como se nada estivesse acontecendo.
O que podemos fazer então:
– Coisas para a família viver o dia a dia em um espaço emocional e reflexivo, onde cada um e o grupo possa permanecer o mais estável possível.- Acordos para que a convivência seja agradável, respeitada e não se torne um sofrimento.Não deixar que as crianças fiquem entediadas.- Deixar passar pequenas coisas que, em outro momento, nos deixaria irritados.Não exigi-los muito nem abandona-los.- Não se esquecer de falar do que sentimos e representa-lo de alguma maneira.- Lembre-se que isto vai passar e quando passe, deveríamos ter aprendido algo: cuidar da nossa saúde, que o outro existe. Que eu estou cuidando de mim mesma, mas também do outro.- Aproveitar o tempo para a reunião familiar, onde nos podemos olhar, ouvir um ao outro e aprender.
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Coordenação: Isabel Mansione e Eliane Marcellino
Secretária: Cristina Curiel
Pro secretária: Lilian Ferreyros Kupper