por Tiago Mussi Desde a origem da psicanálise, certas obras literárias inspiraram não apenas comentários, mas reflexões sobre a própria...
Ficções no Divã
Desde a origem da psicanálise, certas obras literárias inspiraram não apenas comentários, mas reflexões sobre a própria teoria e a clínica psicanalíticas. Temos “Ricardo III” de Shakespeare e “Alguns tipos de caráter encontrados na prática psicanalítica” (1916) de Freud, assim como as “Setes lições sobre Hamlet” em “O Seminário”, livro 6 de Lacan, para citar apenas alguns exemplos célebres.
A ideia para o título da coluna surgiu a partir da leitura de Ficções (1944) de Borges, livro em que o escritor argentino propõe uma desconstrução da literatura tal como a conhecíamos até então, onde ele vai inventar resenhas de livros que nunca existiram, atribuir “Dom Quixote” a outro autor que não Cervantes, enfim, uma série de artifícios, para usar uma palavra cara ao próprio autor, que dão à literatura a sua dimensão de jogo, mas sem perder também a de realidade, e que, assim fazendo, problematizam a psicanálise.
Assim, entre nossos colegas psicanalistas e psicanalistas em formação, gostaríamos que compartilhassem conosco suas reflexões de leitura e como os textos de ficção os tem inspirado em seu trabalho, seja ele clínico ou teórico.
Equipe de Colaboradores:
Alejandra Giraldez (Asociación Psicoanalítica de Córdoba)
Tiago Mussi (Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro)
Lorena Polo (Sociedad Psicoanalítica de México)
Daniel Senos (Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro)
Veronica Vigliano (Asociación Psicoanalítica de Córdoba)
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